Estudo liderado por pesquisadores norte-americanos indica que noites mal dormidas podem gerar acúmulo de proteínas no sistema nervoso que estão ligadas à doença.
A população idosa vem aumentando no Brasil e no mundo, e estudos indicam que metade das pessoas acima de 65 anos percebem algum problema relacionado à memória. Atualmente, sabe-se que a Doença de Alzheimer está relacionada à restrição de sono em humanos e em estudos em animais. A formação de placas beta-amilóides – emaranhados de proteínas que se depositam no cérebro e que parecem estar por trás da doença – se encontra aumentada em indivíduos privados de dormir. Por outro lado, é possível observar sua diminuição no sistema nervoso após uma boa noite de sono. Em outras palavras, o sono parece ser importante para “limpar” nosso sistema nervoso de proteínas causadoras da doença.
No entanto, uma pergunta permanecia sem resposta: qual aspecto do sono é responsável por essa “limpeza” que faz bem ao sistema nervoso?
A resposta a este questionamento foi revelada por estudo publicado no último dia 10 de julho, na renomada revista científica Brain. Nela, pesquisadores demonstraram que a qualidade, e não quantidade, de sono parece ter impacto direto no acúmulo de proteínas envolvidas na doença presentes no líquido que banha o sistema nervoso central, chamado fluido cérebro espinhal.
Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores recrutaram 17 voluntários saudáveis, que foram submetidos a duas semanas de experimento em que a duração e qualidade do sono, bem como proteínas circulantes no sistema nervoso e atividade cerebral medida por eletroencefalografia (EEG) foram monitorados. Em uma noite no laboratório, os voluntários de pesquisa tiveram o sono “atrapalhado” toda vez que suas ondas cerebrais, medidas pelo EEG, indicavam que estavam entrando em sono profundo. O objetivo não era acordá-los, mas mantê-los no sono leve, o que os pesquisadores acreditavam ser o vilão responsável pelo acúmulo das proteínas.
Os resultados indicaram que quanto pior a qualidade do sono dos participantes, maior a quantidade das tais proteínas (chamadas tau e beta-amilóide) circulantes no sistema nervoso, que foi coletada por meio de punção lombar. Em outras palavras, os indivíduos que tiveram o sono menos eficiente e mais interrompido foram aqueles apresentaram maiores níveis das proteínas. O sinal de alerta se acende pois ambas as proteínas estão anormalmente aumentadas no sistema nervoso de pacientes portadores da Doença de Alzheimer.
Para o Dr. Paulo Mattos, que é pesquisador e Coordenador de Neurociências do IDOR, “os resultados se somam a outros estudos anteriores, que evidenciaram que vários processos ocorrem no cérebro durante a noite e que alguns deles estão associados a um risco aumentado de demência”.
Além de conduzir pesquisas na área, o Dr. Mattos coordena as atividades da Memory Clinic, serviço de atendimento de excelência especializado em queixas de memória em adultos e idosos. Por se tratar de uma doença complexa e de difícil diagnóstico precoce, estudos como esse podem elucidar importantes aspectos da Doença de Alzheimer. “Porém, mais pesquisas são necessárias entendermos melhor como a má qualidade do sono modifica exatamente a bioquímica do cérebro”, completou.
Para mais detalhes sobre a Memory Clinic, clique aqui.
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