Já sabemos dos riscos do cigarro à saúde, mas largar o vício é uma tarefa complexa que exige empatia e assistência profissional
Dia 31 de maio é o Dia Mundial Sem Tabaco, campanha criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças relacionadas ao tabagismo. Mas, o uso dos cigarros e suas complicações na saúde, na realidade, configuram um problema que data bem antes disso.
A popularização do fumo do tabaco iniciou-se com a colonização da América. Na região central, os nativos da ilha de Tobago já tragavam cachimbos de plantas ricas em nicotina, hábito que foi levado a outras populações do continente através das migrações ameríndias. Havia diversas razões para o fumo de tabaco entre os habitantes, uma delas era a crença nativa de que o ato espantava os mosquitos, mas, para os colonizadores europeus que adotaram a prática exótica, o hábito se tornou um vício que até hoje confronta a saúde pública mundial.
No Brasil, já progredimos muito em relação ao tabagismo, reduzindo o número de fumantes para menos de 10% da população, segundo levante realizado pelo Ministério da Saúde, no ano passado. Esses dados mostram que obtivemos uma queda de 40% do número de fumantes nos últimos 12 anos, o que é uma estatística muito positiva, mas que não nos isenta de alertar sobre os riscos do cigarro. É importante salientar que, para quem não fuma, o hábito pode parecer uma atitude irresponsável, que poderia ser resolvida com um mínimo de iniciativa por parte dos fumantes. Porém, o cigarro, como outras drogas lícitas e ilícitas, é responsável por desenvolver dependência em seus usuários, tanto psicológica como química.
As políticas antitabagistas são ações muito recentes quando consideramos o estímulo das propagandas de cigarro, que circulavam livremente poucas décadas atrás, ou ainda a atual romantização do hábito no cinema e em séries de televisão. A verdade é que, para além de suas claras ameaças à saúde, o fumo possui outras razões sociais e culturais que estimulam sua prática, como é o caso de sua associação com a sensualidade, interação social ou também seu uso como um repressor da ansiedade. É por isso que muitos definem o ato de fumar como uma escolha consciente, ou um lazer, mas esse argumento começa a ser questionado quando o fumante se depara com a dificuldade de ficar isento da atividade por longos intervalos de tempo. Neste ponto, muitos tentam interromper o vício, mas encontram sérios obstáculos.
Dra. Clarissa Baldotto, médica do Oncologia D’Or, afirma que, para além dos problemas já conhecidos, como o câncer de pulmão, o cigarro também pode causar câncer de bexiga, laringe, entre outros, além de várias doenças respiratórias. Apesar do histórico de muitos não conseguirem largar o vício na primeira tentativa, a oncologista afirma que todo esforço é válido. “Qualquer momento que você suspende o fumo já aponta uma diminuição do risco de doenças. Inclusive, pacientes que já têm câncer costumam pensar que deixar o cigarro não fará mais diferença. Porém, nossos estudos mostram que o uso do cigarro durante os tratamentos diminui a sua eficácia, até mesmo a da quimioterapia”, argumenta Dra. Baldotto. A médica também informa que parar de fumar sozinho é ainda mais difícil, destacando a importância do apoio familiar e da busca por assistência psicológica durante o processo.
Pensando em um tratamento que alinhe desde o diagnóstico de doenças até a reabilitação do paciente tabagista, a Rede D’Or (RDSL) São Luiz está organizando eventos e levantes para a composição de uma assistência complexa aos pacientes com doenças respiratórias. O Dr. Ricardo Terra,cirurgião torácico da RDSL, é um dos idealizadores do plano, que por enquanto ainda é uma proposta para pesquisas e ensino, mas que depois poderá ser aplicada nos hospitais da Rede.
Presentemente, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) já está desenvolvendo um estudo com tabagistas, o objetivo é alcançar novas possibilidades de terapia que ajudem a reduzir a vontade de fumar. Se você é fumante, tem entre 21 e 60 anos e está na cidade do Rio de Janeiro, você pode ajudar essa pesquisa se voluntariando para o estudo. Para participar, é necessário ter concluído o ensino médio e não estar em um tratamento antitabagista no momento. Se tiver interesse em participar, é só preencher o formulário clicando aqui.
Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.
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